sexta-feira, 14 de agosto de 2009

E assim caminha a humanidade... Ou corre!?

Todas as campanhas em prol do voluntariado apelam para que as pessoas doem seu bem mais precioso: o tempo. Pode até parecer meio clichê, mas é a mais pura verdade - a cada dia ele vale mais!

As notícias mudam a todo instante e não conseguimos acompanhar sua velocidade. Acabamos indo dormir com a consciência pesada e angustiados, com a sensação de sabermos menos.

Percebo que para fazer tudo o que tenho vontade (e até o que não tenho vontade, mas é preciso), minhas horas de sono tem sido constantemente reduzidas. O cúmulo do absurdo é morar na mesma casa em que meu irmão e vê-lo apenas aos domingos, simplesmente porque nossos horários não coincidem (chego quando ele já foi dormir e eu acordo quando ele já saiu, ou vice-versa).

Esses dias resolvi abandonar o metrô e voltar para casa de ônibus, peguei um trânsito terrível e demorei 02 horas para chegar. Comecei a pensar nas minhas atividades semanais, incluindo o sábado (trabalho – estudo – casa) e quanto tempo fico parada nos congestionamentos; depois imaginei esta equação multiplicada pela quantidade de anos que faço todas estas atividades (há um bom tempo, viu...)!

Em seguida lembrei destas pessoas que utilizam o tempo de uma forma bem diferente da minha. Enquanto eu estou em um escritório o dia todo, elas estão escalando montanhas, surfando, fazendo expedições em alto-mar...

Adoro o meu trabalho, amo estudar. Mas será que na velhice estas pessoas não estarão mais felizes do que nós? Afinal, elas não tem que ligar para o cartão de ponto, a necessidade de estudar para conseguirem uma carreira melhor, a pressão por resultados a serem atingidos para um patrão que nem sabemos quem é, a avalanche de informações.

Talvez, sejam motivo de inveja por aproveitarem o tempo para conseguirem experiências emocionantes e bem diferentes das nossas (e acaba que tudo o que é considerado diferenciado e para minorias, nos exerce certo fascínio).

Mas talvez também sejamos motivo de inveja para elas, afinal temos toda uma rotina e previsibilidade, que às vezes podem ser muito positivas. Sem contar que, como diz minha mãe, “quem nunca comeu do melado, quando come se lambuza”, ou seja, não temos tempo, mas quando sobra... não tem para ninguém!


E digo mais, na vida tudo é muito relativo: a forma como eu aproveito o tempo, pode ser bem diferente da forma como você valoriza. Portanto vai, literalmente, do time de cada um...

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