Com certeza todos tem uma mania... A minha, confesso, é de guardar tudo.
Guardo coisas que não me servem para nada: qualquer tipo de anotação, revistas antigas, convites e lembrancinhas de casamento, bilhetes de entrada no cinema, canetas que não funcionam mais, cadernos e apostilas da época do Ensino Médio, agendas com mais de 12 anos. Como se não bastasse e mesmo sendo alérgica, guardo também uma quantidade enorme de bichos de pelúcia, incluindo a coleção inteira da Parmalat (lembra do “tomô”?).
Há alguns meses, conversando com uma amiga gestante, ela comentou que seu sonho era decorar o quarto do bebê no estilo zoológico e com vários bichos de pelúcia. Fiquei empolgada com a idéia e no furor das emoções acabei oferecendo toda a minha coleção da Parmalat, porém depois... Me bateu um remorso, uma vontade de voltar atrás e cancelar a oferta... O pensamento era de que como eu daria aqueles bichinhos que demorei tanto tempo para conseguir.
Passei vários dias com isso na cabeça e depois de muito, analisei a situação por outro ângulo. Quantas pessoas vêem suas casas indo embora, em fração de segundos, como ocorreu em Blumenau? Quantos vivem dignamente, mesmo sem suas pernas ou seus braços? E quanta gente querida se foi da minha vida?
Se diante de todas essas situações nós sobrevivemos, por que seria diferente sem estes bichos de pelúcia? Chego à famosa conclusão de que bens materiais não fazem diferença e que quando ficamos sem algo ou alguém, ganhamos "o novo". Pode ser um aprendizado para lidar com as mudanças ou com o fato de sentir saudades para sempre...
No caso do meu fatídico drama mexicano, me livrei do dilema e ganhei de presente a gratidão da futura mamãe (e da minha alergia também), além do espaço novo no armário.
Um comentário:
Imagino o seu drama, heim?!
Mas isso realmente eu desconheço, sou sagitariana e me apegar a objetos não faz parte do meu mundo.
Bjs
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